A noção de “eu” forma-se, tradicionalmente, numa interioridade e mentalismo, como no “eu penso” de Descartes.
O
“eu” como algo intrínseco à noção de si mesmo, acaba por não situar o
sujeito desse “em-si-mesmo” no mundo relacional, o que contraria a ideia
de linguagem, por exemplo, como algo necessariamente colectivo,
pressuposto fundamental para as relações. O “eu” como que existe
sozinho.
O indivíduo
é, simultaneamente, criador e manipulador da linguagem, mas é também
forjado e criado por ela. Dessa maneira, a realidade apreendida
individualmente está relacionada com o mundo externo e todo o tipo de
alteridade existente.
Nesse
sentido, a noção de “eu” ultrapassa a questão da identidade, enquanto
conceito puramente subjectivo, ou a ideia que o sujeito faz de si mesmo,
e dos "eu´s" exteriores a ele na alteridade, na diferença, partindo do
seu “eu” interior. Nesse caso pode-se levantar a questão da
possibilidade do “eu” ser algo criado pelo próprio indivíduo.
O
“eu” deixa de ser uma realidade singular e abre-se para a
multiplicidade de possibilidades diversas do seu ser. Será o “eu” a
conjugação de vários “eus”?
Trabalho de pesquisa
Tenicha Neves
10º D
Ano lectivo 2009/10
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